o mar do poeta

o mar do poeta

o mar do poeta

o mar do poeta

quinta-feira, agosto 20

RETIRANDO OS BAMBUS































Concluídas as obras de mudanças dos tubos de esgoto e de canalização bem como a substituição dos azulejos, na parte exterior das varandas, hoje os mestres começaram a retirar os bambus da parte frontal do prédio.


Trabalho este arriscado e nada simples de ser efectuado.


Como poderão ver pelas imagens acima reproduzidas, os mestres, usam somente um tipo de faca especial, para cortar as fitas plásticas, depois passam os bambus para outro mestre que os amarra com uma corda e os faz descer.


O prédio onde o articulista vive possue 16 andares, mas esta técnica das armações de bambu, servindo como andaimes é usada em todos os tipos de edifícios, muitos deles com mais de 30 andares.


Estes bambus irão de novo ser utilizados em outras obras, um trabalho arriscado, mas ecólogico.










quarta-feira, agosto 19

MALACA ACIDENTE MARÍTIMO

Navio-tanque colide na costa da Malásia e pega fogo

da Reuters, em Kuala Lumpur

Um navio-tanque com 58 mil toneladas de nafta que colidiu com um navio cargueiro no Estreito de Málaca ainda está pegando fogo nesta quarta-feira, apesar do risco de um vazamento ser pequeno, informaram autoridades da Malásia.

A colisão aconteceu nesta terça-feira e autoridades disseram que ainda procuravam por nove dos 25 tripulantes do navio-tanque.

Comerciantes de petróleo disseram que o navio-tanque da Cargill, Formosaproduct Brick, transportava a carga de nafta, uma fração de destilação do petróleo, dos Emirados Árabes Unidos a Daesan, na Coreia do Sul.

A origem da carga era provavelmente a Abu Dhabi National Oil Co. (Adnoc), com a qual a empresa norte-americana Cargill tem um contrato para transportar cerca de 100 mil toneladas por um período não específico, acrescentaram os negociadores.



Uma porta-voz da Agência Marítima da Malásia (MMEA) disse que não havia o perigo imediato que o navio-tanque registrado na Libéria pudesse afundar.

Mas a entidade disse que os bombeiros estão tentando controlar o fogo, que ainda estava em chamas horas depois da colisão com o Ostede Max, um cargueiro britânico.

"Nós temos apenas que esperar pelo incêndio cessar, mas estamos controlando as chamas. A rota dos navios não foi afetada porque nós tiramos o navio-tanque do caminho", disse ela à Reuters.
"Ainda não temos nenhuma notícia sobre os nove tripulantes."


TAILÂNDIA PAÍS DOS HOMENS LIVRES



A Tailândia é um país tropical, que normalmente tem altos níveis de humidade. Localizando-se igualmente entre a China e a Índia, Tailândia abrange uma área de 513 115 km2 o que é aproximadamente do mesmo tamanho que a França,


Devido à sua localização, as pessoas consideram a Tailândia o coração do sudoeste asiático fazendo fronteira com Myanamar a Oeste e Nordeste, Laos e Cambodja a Noroeste e Este e a Sul com a Malásia.


As pessoas que visitam a Tailândia ficam logo fascinados com seus encantos, um país rico em história, assim como é um país super exótico. A capital da Tailândia, Bangkok fervilha de movimento, uma cidade que nunca dorme, onde se pode encontrar de tudo o que se desejar.


Para quem não conhece a Tailândia, o país dos sorrisos, terá que planear bem as suas férias, tal a diversidade de coisas que irá encontrar.


Uma das muitas coisas boas que a Tailândia têm, é perservar a sua cultura o seu passado vivendo o presente e preparando-se para o futuro.


Com uma história de 800 anos mantendo a sua cultura e tradições juntas com a sua genuína arquitectura, suas artes, praias de sonho, convidam o turista a visitar este belo e rico país com belezas naturais maravilhosas. O povo tailandês tendo a sua identidade própria, se adapta facilmente à influência estrangeira, sem nunca renegar as suas tradições e costumes.



Na Tailândia, o turista poderá encontrar uma enorme deversidade paisagistica, que vai desde as férteis planícies de arrozais a maciças montanhas. Para além disso a Tailândia possue imensas ilhas e praias de águas cristalinas e areias brancas, locais encantadores, luxuriantes e idilicos. O país está dividido em quatro zonas bem distintas, a zona Norte, as planícies centrais (bacia hidrografica do Rio Chao Phraya), Nordeste (Planato de Korat) e a parte Sul.






Com uma população de cerca de 65 milhões de habitantes, a Tailândia oferece algo para todos. Existe uma forte diversidade étnica embora a etnia Thai seja a mais numerosa. Outros grupos étnicos incluem khmer, birmaneses, laotenos, indianos, mon, malaios e chineses que são o maior grupo étnico em Bangkok, bem como em algumas cidades e províncias.



No norte do país existem vários tribos que são conhecidas como Tribos da Montanha que tem uma forte componente cultural e turistica na região.



O que torna a Tailândia um lugar aprezível e digno de ser visitado, é o seu povo acreditar que a vida deve ser levada com dignidade, respeito e nunca ser vivida à base da força, violando os direitos e liberdades das outras pessoas. A Tailândia é conhecida como o país dos homens livres.



O povo tailândes é muito hospedeiro e com senso de humor maravilhoso.As pessoas na Tailândia são muito hospitaleira, com um maravilhoso senso de humor muito espirituoso.



As mulheres tailandesas tem uma forte influência social, tem um trato agradável e são fáceis de serem conquistadas amorosamente.



Uma das duas mais fortes identidades nacionais para o povo tailandes, são em primeiro lugar a Monarquia, e a sua enorme fé no Budismo.


O vulgar turista facilmente disso se apercebe, ao verificar o amor do povo tailândes pelo seu Rei, actualmente o Rei Bhumibol Adulyadej, considerado o Pai de todos os tailandeses, reina à mais de 50 anos. A fé e a crença no Budismo tem sido transmitida de geração em geração.


No ano de 1977 a Tailândia enfrentou uma fase económica muito difícil, foi então que o seu povo solicitou a ajuda do Lord Buda, a crise foi superada.


Todo o turista fica admirado com a fé a crença do povo tailandês, os tipos de manisfestações religiosas, obras de artes, arquitectura, literatura e escultura assim como os magnificos templos, cada um em seu estilo representando uma história da vida budista.


95% da população prática o budismo, mostrando como essa fé está profundamente enraizada, porém existe liberdade religiosa a qual é apoiada pela actual monarquia e pelo governo.





A Tailândia é uma país essencialmente agricola, sendo o maior produtor de arroz do mundo, embora a agricultura continue a ser uma componente essencial do país, em termos económicos, na década de 1980 foram formadas muitos complexos agro-industriais, conduzindo a uma modernização sem paralelo.



Inúmeros investidores estrangeiros apostaram no grande potêncial que a Tailândia tem, investindo no sector da industria, comércio, turismo e serviços, conduzindo à modernização do país.





O clima da Tailândia é húmido e tropical, principalmente quando se encontra sob a influência dos ventos de monção.
De Abril à Outubro, estes ventos provêm geralmente de sudoeste e trazem consigo imensa humidade, fazendo subir as temperaturas que variam entre os 25,6 a 36,7 °C.
Durante o resto do ano, os ventos sopram de nordeste e as temperaturas oscilam entre 13,3 e 33,3 °C.
As precipitações anuais são aproximadamente de 1 525 mm nas regiões do Norte, o Oeste e o Centro, 2 540 mm ou mais na parte tailandesa da península malaia e 1 270 mm ou menos sobre a bandeja de Korat.
Durante os meses de Junho a Outubro as chuvas se fazem sentir mais intensamente.




Uma vez que a língua inglesa é falada por quase todo o país, especialmente nas grandes cidades e estâncias turisticas, bem como em Bangkok, é fácil para o turista emtabular conversação.


A língua tailandesa é fácil de se aprender e sabendo um pouco ou desejando saber um pouco terá ainda o turista a sua vida muito jais facilitada.






HOTEL CASINO MGM GRAND - MACAU

O articulista, embora não seja Leão, gosta deste animal selvagem, e de vez enquando, para desempatar, já que os leões portugueses é só isso que tem feito, esta manhã passou pelo MGM e arriscou nas slotes machines 300 euros, teve sorte, não empatou nem perdeu, mas saiu, daquele imenso estádio, com os bolsos mais recheados em 1 000 euros, nada mau, assim os leões de Alvalade consiga fazer o mesmo em Florença!...
  • Macau, China, 18 Dezembro de 2007 (Lusa) -

  • O MGM Grand Macau, o casino da parceria entre a MGM Mirage e Pansy Ho, filha de Stanley Ho, que custou 1,25 mil milhões de dólares (cerca de 868,8 milhões de euros) abriu hoje as portas.


  • Com a entrada em funcionamento do MGM, que vai explorar 385 mesas e 890 slot machines e 16 salas para jogadores VIP, ou preferenciais, todos os operadores licenciados estão activos no mercado do Jogo de Macau.

  • A inauguração do MGM, que decorreu na Grande Praça, um espaço inspirado na arquitectura portuguesa de Lisboa, contou com a participação representantes de toda a concorrência, incluindo o pai de Pansy, Stanley Ho, e o irmão Lawrence Ho, que está associado aos australianos da PBL no consórcio Melco/PBL.

  • O novo hotel/casino, o 28º espaço de jogo da Região Administrativa Especial de Macau, - ou 27/o se se tiver em conta que o Casino Flutuante está encerrado para manutenção -, está integrado num complexo que inclui um hotel de 600 quartos, suites e apartamentos.
  • .
    Localizado na marginal junto ao rio, o MGM Grand Macau tem 35 andares, espaços comerciais, zonas de convenções e exposições e restaurantes, vai empregar 6.000 pessoas e possui no seu interior uma praça inspirada na arquitectura portuguesa com a réplica de vários edifícios da baixa lisboeta.

  • Para Pansy Ho, o MGM Grand Macau é o primeiro de "vários projectos" que a parceria tem previstos para Macau e o consórcio pretende também desenvolver um hotel/casino na zona do CoTai, entre as ilhas da Taipa e de Coloane, onde está implatando o The Venetian, o maior casino do mundo.

  • O sector do jogo em Macau é explorado por três concessionários e três subconcessionários de jogo: Sociedade de Jogos de Macau, Las Vegas Sands, Wynn Resorts, Galaxy Resorts, MGM Macau e Melco/PBL, consórcio liderado por Lawrence Ho, também ele filho de Stanley Ho, e pelo magnata australiano James Packer.
    JCS.


Um enorme gigantesto é o símbolo do MGM, porém nada tem de verde, mas sim de dourado.



Havendo no MGM um Carnival de Pandas, lá fui o articulista e sua esposa, tomar ar fresco na maravilhosa praça, hoje, recheada de Pandas e orquideas, estas muito variadas e verdadeiras.







Deve ter sido a sorte ao tirar esta foto junto de uma Panda dourada,m pena foi que a sorte não fosse total, senão não saía somente com 1 000 euros de ganho, mas sim com 44 888 euros!...














Não é o cartão de sócio do Sporting Clube de Portugal, mas sim MGM de Macau, cartão este que abre as portas as todos os sectores do casino, menos atrás das bancadas, pois essas são operadas por profissionais.







segunda-feira, agosto 17

A TEORIA DO YIN e do YANG

A teoria do o Yin-Yang considera que o Yin-Yong se pode dividir ainda em o Yin e o Yang. Coisas do Yin podem dividir-se em dois aspectos do Yin e o do Yang, nos quais, a parte que pertence ao Yang chama-se aspecto Yang do Yin, P.ex. a noite é de natureza o o Yin, enquanto a parte posterior da noite se considera como aspecto Yang do o Yin, a parte que pertence ao o Yin chama-se aspecto o Yin do o Yin, a parte anterior considera-se como o aspecto o Yin do Yin.

A relação de interdependência entre o Yin e o Yang, na qual o Yin depende do Yang e Yang depende do Yin, cada um toma o outro como fundação para própria existência respectiva.

O Yin e o Yang são opostos, porém dependentes um do outro, estão constantemente em movimento de decrescimento e crescimento. A redução do Yin conduz ao aumento do Yang dando origem à decadência do Yin. A decadência e crescimento mútuos mantêm relativamente dinânico equilibrio.

Uma condição do Yin Qi hamónico com o Yang Qi estável, ou seja, equilíbrio e harmonia do Yin e do Yang, cosntituem a base de actividades fisiológicas do corpo humano.

YIN e YANG

YIN YANG é na filosofia chinesa, uma representação do príncipio da dualidade de YIN e YANG, o conceito tem a sua origem no Tao, base da filosofia e metafícia da cultura chinesa.



Bussola geomantica chinesa


Medicina tradicional chinesa


A medicina tradicional chinesa (MTC), também conhecida como medicina chinesa , é a denominação usualmente dada ao conjunto de práticas de medicina tradicional em uso na China, desenvolvidas ao longo dos milhares de anos de sua história.

É considerada uma das mais antigas formas de medicina oriental, termo que engloba também as outras medicinas da Ásia, como os sistemas médicos tradicionais do Japão, da Coréia, do Tibete e da Mongólia.

A MTC se fundamenta numa estrutura teórica sistemática e abrangente, de natureza filosófica. Ela inclui entre seus princípios o estudo da relação de Yin/Yang, da teoria dos cinco elementos e do sistema de circulação da energia pelos Meridianos do corpo humano.

Tendo como base o reconhecimento das leis fundamentais que governam o funcionamento do organismo humano e sua interação com o ambiente segundo os ciclos da natureza, procura aplicar esta compreensão tanto ao tratamento das doenças quanto à manutenção da saúde através de diversos métodos.
A medicina chinesa é muito complexa, usando uma infinidade de ervas mediciais, visto o assunto ser bastante vasto, ficam aqui somente as referência ao Yin e ao Yang.


domingo, agosto 16

RESUMO DA HISTÓRIA DE MACAU

A História (Humana) de Macau tem pelo menos 6000 anos. Ela é muito rica e diversificada porque Macau, desde da chegada dos portugueses no século XVI, foi sempre uma importante porta de acesso para a entrada da civilização ocidental na China, contactando com a civilização chinesa, e vice-versa. Este pequeno pedaço de terra proporcionou uma importante plataforma para a simbiose e o intercâmbio de culturas ocidentais e orientais. Esta intensa simbiose e intercâmbio moldaram uma identidade única e própria para Macau.

Macau foi já povoada por pescadores e camponeses chineses quando os portugueses estabeleceram-se em 1557 nesta localidade. Eles, ocupando gradualmente Macau, rapidamente trouxeram prosperidade a este pequeno pedaço de terra que se localiza junto à foz do Rio das Pérolas, tornando-a numa grande cidade comercial. Macau é considerado o primeiro entreposto europeu em solo chinês e tinha um grande valor, principalmente ao nível comercial e estratégico, para os portugueses porque era um importante intermediário no comércio entre a China, a Europa e o Japão.

Segundo certos registos históricos, pelo menos a partir do século V, navios mercantes chineses de Cantão que comerciavam com povos do Sudeste Asiático paravam muitas vezes em Macau ou perto dele para se abastecerem de água e de comida.

Em 1277, cerca de 50000 apoiantes e alguns membros da Dinastia Song, fugindo dos invasores mongóis, chegaram a Macau e construíram várias povoações, sendo a maior e a mais importante delas localizada na região de Mong-Há (que se localiza no Norte de Macau). Pensa-se que o templo mais antigo de Macau, o Templo de Kun Iam (Deusa da Misericórdia), localizava-se precisamente em Mong-Há.

Durante a Dinastia Ming, muitos pescadores oriundos de Cantão e de Fujian estabeleceram-se em Macau e foram eles que construíram o famoso Templo de A-Má.


O primeiro português a chegar e visitar o Sudeste da China foi Jorge Álvares, em 1513, durante a Era dos Descobrimentos iniciada pelo Infante D. Henrique (O Navegador). Ele levantou um padrão com as armas de Portugal no porto de Tamau, localizado numa ilha vizinha de Sanchuão (ou Sanchoão), na foz do Rio das Pérolas, perto de Macau. A esta visita seguiu-se o estabelecimento ilegal e provisório na área de inúmeros comerciantes portugueses, construindo edifícios de apoio em madeira que depois iriam ser destruídos quando os comerciantes, acabados de fazer os seus negócios, partirem. Os portugueses ainda não eram autorizados de permanecer, obtendo somente o estatuto de visitante.

Em 1517, Fernão Peres de Andrade, o chefe de uma expedição portuguesa com destino à China, conseguiu negociar com as autoridades chinesas de Cantão a entrada do embaixador português Tomé Pires a Pequim e o estabelecimento de uma feitoria em Tamau. Mas, devido às atitudes bárbaras de seu irmão Simão de Andrade (ele construiu uma fortaleza em Tamau e começou a atacar os barcos chineses), Tomé Pires foi preso e morto pelas autoridades chinesas de Pequim e o Imperador chinês proibiu o comércio com os portugueses. Apesar desta ordem imperial, os comerciantes portugueses continuaram a sua actividade lucrativa e os mandarins da zona, subornados com dádivas, permitiu, ilegalmente, aos portugueses instalarem-se na ilha de Sanchuão para continuarem o seu negócio.

Em 1542, os portugueses, que já frequentavam as costas orientais da China, estabeleceram-se em Liam Pó. Mas, em 1545, por imprudência dum dos moradores, esta comunidade, que na altura tinha cerca de 3 mil habitantes, foi arrasada por 60 mil chineses em apenas 5 horas. Os portugueses, derrotados, tentaram estabelecerem-se em Chin-Cheu, mas foram expulsos novamente em 1549.

Eles voltaram a Tamau e às ilhas de Sanchuão e de Lampacau para operarem as suas lucrativas transacções comerciais. Eles inclusivamente começaram a travar relações comerciais com os chineses do porto de Hou-Quiang (Macau).

Origem do estabelecimento português de Macau
Macau, mesmo naquela altura já habitada por algumas povoações de chineses (na sua maioria pescadores), só floresceu com a chegada dos portugueses.

Os portugueses desembarcaram em Macau entre 1553 e 1554, sob o pretexto de secar a sua carga. As autoridades chinesas, em 1557, autorizaram finalmente os portugueses de estabelecerem-se permanentemente em Macau e concedeu também um considerável grau de auto-governação para eles. Vários historiadores, como por exemplo o famoso mercador e historiador sueco Anders Ljungstedt (1759 - 1835), defendem que os portugueses estabeleceram-se em Macau sem o conhecimento e a autorização do Imperador mas por meio do consentimento, da concessão e obviamente de subornos às autoridades locais e regionais e aos seus funcionários, os mandarins, de Cantão e da região próxima de Macau.

Mas, segundo uma outra versão (embora com pouco fundamento histórico) sobre a origem do estabelecimento comercial português de Macau, esta autorização foi uma recompensa dada aos portugueses por estes terem contribuído de modo fulcral para a derrota dos piratas chineses liderados pelo célebre Chang-Si-Lau. Estes bandidos violentos e selvagens pilharam, incendiaram e arruinaram vastas áreas da região de Cantão e espalharam terror não só nos campos mas também nas cidades. Eles operavam principalmente na região do Delta do Rio das Pérolas.

Independentemente das muitas versões sobre a sua origem, o certo é que nasceu o primeiro verdadeiro entreposto comercial europeu (depois cultural e religioso) entre o Ocidente e o Oriente no Sul da Península de Macau. O nome de Macau parece ter origem num dos primeiros locais acessados pelos portugueses, a Baía de A-Má (em cantonês, "A-Ma Gao"), nome esse que se deve à existência nessa baía de um templo em homenagem à deusa A-Má. A-Ma Gao se tornaria, Amacao, Macao e, por fim, Macau. Durante mais de 400 anos de história, Macau foi orgulhosamente o baluarte da presença e cultura portuguesa no longínquo Oriente.

Os primeiros tempos do estabelecimento

Ruínas da antiga Igreja de São Paulo, em Macau.Nesses tempos antigos, o estabelecimento comercial português de Macau era somente uma pequena povoação com alguns quarteirões, igrejas e residências, unidas por um pequeno número de ruas. A maioria da população sobrevivia à custa do comércio, e por isso muitos deles abandonavam Macau durante meses e até algumas vezes durante anos, para realizar as suas lucrativas trocas comerciais.

Naquela altura, tinha uma organização político-administrativa vagamente definida, visto que a Coroa portuguesa ainda não efectuou nenhum devido planeamento para Macau. Por isso, naquela altura, o Capitão-Mor das Viagens da China e do Japão era o responsável pelos assuntos dos portugueses, durante a sua estadia em Macau. Ele, como a única autoridade existente, procurava manter a ordem entre a gente portuguesa turbulenta e indisciplinada.

Mas, com o tempo, foram surgindo assuntos cuja resolução não podia aguardar o regresso do Capitão-Mor das suas viagens ao Japão, por isso formou-se uma espécie de triunvirato, que passou a dirigir a administração do estabelecimento. Era composto por três representantes dos moradores, chamados homens-bons, escolhidos por votação. Em 1562, um dos eleitos passou a ser, por escolha, Capitão de Terra. Estes 3 representantes, mesmo assim, continuaram a estar dependentes do Capitão-Mor. Especificamente, a função destes 3 representantes era regular todas as questões de ordem pública e política. Além do triunvirato, existia também um juiz e 4 comerciantes eleitos pelo povo que participavam na administração. Estes elementos juntos formavam uma espécie de Junta oligárquica de comerciantes.

Mas, mesmo que os portugueses foram autorizados de permanecer em Macau, as autoridades chinesas defendiam que Macau era uma parte integrante do Império Celestial Chinês, por isso os portugueses foram obrigados de pagar aluguer anual (cerca de 500 taéis de prata)[3] e certos impostos aos chineses, desde o ano de 1573.

O Vice-Rei de Cantão, a autoridade chinesa máxima da região, ordenou que alguns mandarins das vizinhanças de Macau vigiassem e supervisionassem aquele estabelecimento comercial português, nomeadamente no que diz respeito à recolha da renda e dos impostos lançados pelas autoridades de Cantão sobre todos os produtos chineses e sobre todos os produtos exportados pelos portugueses. Estes funcionários chineses exerciam uma grande influência na administração de Macau e exerciam também controlo e jurisdição última sobre todos os chineses residentes em Macau. Muitos deles habitavam no Norte da Península.




Uma ilustração da missão dos Jesuítas na China. Estes missionários utilizaram Macau como ponto de partida e de formaçãoMacau tornou-se também um importante ponto de partida de missionários católicos para os diferentes países da Ásia, nomeadamente a China e o Japão. Além da evangelização, estes missionários, principalmente os jesuítas promoveram também o intercâmbio ético, cultural e científico entre o Ocidente e o Oriente; e contribuíram de um modo importante para o desenvolvimento de Macau. D. Belchior Carneiro Leitão, o primeiro Governador do Bispado de Macau, fundou, em 1569, o primeiro hospital de Macau, o Hospital dos Pobres (mais tarde, irá chamar-se "Hospital de São Rafael"), e a primeira instituição europeia de caridade e beneficência desta região, a Santa Casa da Misericórdia. Estes religiosos católicos contribuíram também para o desenvolvimento da assistência social, criando orfanatos e até uma leprosaria, e da educação em Macau.

Foi fundada o Colégio de São Paulo no século XVI e o Seminário de São José no século XVIII. Estas duas instituições tinham a função de formar missionários e padres. Devido à grande importância de Macau, o Papa Gregório XIII criou a Diocese de Macau em 23 de Janeiro de 1576. Actualmente, o Seminário, devido à falta de vocações sacerdotais, encerrou-se e o Colégio foi destruído por um incêndio em 1835.

Por várias vezes, os jesuítas que frequentavam regularmente a Corte de Pequim, utilizando a sua influência, salvaram Macau de vários perigos e de várias exigências exageradas impostas pelas autoridades chinesas de Cantão ou pelo próprio Imperador.


Concessão do monopólio do Jogo à STDM

Hotel e Casino Lisboa de Macau, um dos maiores casinos de Macau e de Stanley HoEm 1962, o monopólio no sector dos jogos, anteriormente concedido à companhia chinesa de entretenimento "Taixing" (ou "Tai Hing") desde 1934, foi concedido pelo Governo de Macau à companhia chinesa de Stanley Ho, a "Sociedade de Turismo e Diversões de Macau" (STDM). O primeiro casino e hotel de grande escala foi aberta em 1970 por esta companhia, cujo nome é "Hotel e Casino Lisboa". A licença deste monopólio foi renovado em 1986 e expirou no ano de 2001.






Mudanças políticas

Assinatura da Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau.Depois da Revolução dos Cravos em 1974, Portugal declarou a independência imediata de todas as suas províncias ultramarinas. A China rejeitou esta transferência imediata, tendo apelado para o estabelecimento de negociações que permitissem uma transferência harmoniosa. A diferença entre o sistema capitalista de Macau e o comunista da China continental poderá estar na base desta decisão. Com o decorrer das negociações, o estatuto de Macau redefiniu-se para “território chinês sob administração portuguesa” e a transferência foi agendada para a data de 20 de Dezembro de 1999, através do documento "Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau" (assinado no dia 13 de Abril de 1987), depositada nas Nações Unidas e entretanto publicada no Boletim Oficial de Macau a 7 de Junho de 1988, onde se estabeleciam uma série de compromissos entre os dois países para Macau, entre os quais a garantia de uma grande autonomia futura e a conservação das especificidades da RAEM durante 50 anos. A data escolhida permitia entre outras coisas: prolongar a presença portuguesa no Oriente, transformando Portugal na última nação Ocidental a retirar as suas possessões da China; fazer a transferência de Macau pouco depois da de Hong Kong e que foi usada pela China como forma de retaliação ao Reino Unido devido à suavidade com que as negociações e transferência de Macau foram conseguídas, por contraste com a de Hong Kong; e readquirir o controle de todos os territórios chineses que estiveram sob domínio ocidental antes do início do século XXI.

Antes da transferência de Macau e Hong Kong, a China fez uma série de alterações económicas no sentido de se aproximar do sistema capitalista e abrir-se ao comércio internacional. Aquando da transferência a China redefinira a sua imagem segundo o slogan "um país, dois sistemas". Este permite que algumas regiões chinesas, incluindo Macau, possuam uma grande autonomia e continuidade do seu modo de vida, estando apenas limitadas no que se refere às suas relações exteriores e à defesa, situação idêntica, de resto, à que tinham aquando da administração portuguesa.

Para preparar Macau para a transferência de soberania, Portugal, a par das negociações com a China, incentivou o Governo de Macau a fazer muitas reformas, entre as quais a reestruturação do sistema político-administrativo de Macau, a desmilitarização da Cidade e a promoção da participação da população (quer portuguesa quer chinesa quer qualquer etnia) na administração de Macau. A Guarnição Militar Portuguesa retirou-se de Macau no ano de 1975 com a extinção do seu orgão de comando, o Comando Territorial Independente de Macau (CTIM). As forças de segurança e os militares que quiseram ficar em Macau foram depois incorporados nas Forças de Segurança de Macau (FSM). O Governo de Macau promulgou, em 1976, o Estatuto Orgânico de Macau (EOM), com vista em criar um novo modelo político, rompendo assim com o velho modelo altamente colonial (centrado no Governador) vigente naquela altura. Nesse mesmo ano, em consequência com a aprovação do EOM, a Assembleia Legislativa de Macau, o orgão legislador da cidade, sofreu grandes remodelações. É responsável de fazer leis e tem o poder de questionar, travar e julgar o Governador, e após a transferência (1999), o Chefe do Executivo.


Mudanças económico-financeiras
A economia de Macau alargou-se e desenvolveu-se notavelmente, principalmente nos finais dos anos 80 e 90 do século XX. Ela evoluiu-se de uma economia essencialmente baseada no sector do Jogo e nos vários monopólios estatais para uma economia de serviços e mais orientada para a exportação. Para que isto aconteça, enquanto que as actividades económicas tradicionais (ex: a pesca) começaram a cessar, o sector terciário, nomeadamente o financeiro e o bancário, e a indústria de valor acrescentado orientado para a exportação, como por exemplo a indústria dos têxteis, do vestuário, dos plásticos e dos brinquedos, desenvolveram-se e amadureceram bastante. Mas, com a progressiva abertura económica da China e com a transformação deste grande país na "fábrica do mundo", as empresas industriais de Macau começaram a transferir as suas fábricas e unidades de produção para a China, onde a mão-de-obra é mais barata.

Por isso, Macau passou a investir mais no desenvolvimento, no amadurecimento, na constante actualização e na internacionalização do sector terciário, procurando com este meio assumir-se como centro financeiro internacional e de serviços comerciais da região, bem como a porta estratégica para a China, um país que apresenta inúmeras oportunidades de enriquecer e que no futuro irá tornar-se numa das maiores ou até na maior potência do mundo. Por esta razão, Macau estreitou a sua cooperação, nomeadamente em termos económicos, com a região do Delta do Rio das Pérolas, especialmente com a sua vizinha Zona Económica Especial de Zhuhai.

Para atingir o seu objectivo e sustentar a sua própria economia, Macau teve de criar um regime fiscal favorável ao investimento e um clima de confiança. Teve também de investir e reforçar as suas infraestruturas, planeando e concretizando nos anos 90 vários projectos-chaves, como por exemplo o Aeroporto Internacional de Macau, o porto de águas profundas de Ká-Hó (Coloane), o novo Terminal Marítimo e Heliporto de Macau, e a Ponte da Amizade (a segunda ponte que faz a ligação entre a Península de Macau e a ilha da Taipa). O Governo de Macau defendeu também a necessidade de modernizar, actualizar e diversificar as actividades económicas do Território.

Mas, mesmo com estes progressos e desenvolvimentos, Macau não conseguiu eliminar a sua forte dependência às receitas derivadas do Jogo e de outros direitos de concessão. Ironicamente, Macau tornou-se ainda mais dependente do sector do Jogo a partir de 2001, quando ele foi liberalizado parcialmente, trazendo, juntamente com o turismo e com a forte entrada de capitais estrangeiros a Macau, um novo e jamais visto crescimento económico.






A transferência de soberania

Cerimónia da Transferência de Soberania de Macau para a República Popular da China, na sua fase final, onde a Bandeira da República Portuguesa e do Leal Senado foram recolhidos (na direita da fotografia) enquanto que a Bandeira da República Popular da China e da Região Administrativa Especial de Macau foram hasteados (na esquerda da foto).A transferência da soberania de Macau entre Portugal e a China aconteceu nos primeiros momentos da madrugada do dia 20 de Dezembro de 1999, como estava previsto através da Declaração Conjunta, após muitos anos de negociações e de preparações. Tendo acontecido dois anos após a transferência de soberania de Hong Kong, foi um processo mais suave que o de Hong Kong, não tendo havido confrontos políticos de nota entre os dois governos durante as negociações diplomáticas, nem distúrbios sociais, ao contrário de Hong Kong, cuja população possui uma tradição mais reivindicativa e participativa.



Após a transferência de soberania (a partir do dia 20 de Dezembro de 1999)
Após a transferência de soberania, Macau tornou-se uma Região Administrativa Especial (RAE) da República Popular da China, actuando sobre o princípio de "um país, dois sistemas" e seguindo os compromissos estabelecidos por Portugal e China durante a ratificação da "Declaração Conjunta". Esta RAE passou a ser chefiada pelo Chefe do Executivo de Macau, substituindo o cargo de "Governador de Macau", que foi abolido em 1999, logo após a transferência de soberania. A Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau, promulgada pelo Congresso Nacional Popular da China no ano de 1993, é o actual texto constitucional do sistema jurídico da RAEM.






A Era de Edmund Ho Hau-wah (1999-2009)

Edmund Ho Hau-wah, o primeiro e actual Chefe do Executivo da RAEM.O primeiro Chefe do Executivo de Macau é Edmund Ho Hau-wah, um famoso homem de negócios e filho de Ho Yin, um célebre e já falecido líder da comunidade chinesa.

Após a transferência, Macau foi novamente militarizada, não por tropas portuguesas, mas por tropas do Exército de Libertação Popular da República Popular da China. O novo Governo da RAEM aboliu logo os 2 municípios (Concelho de Macau e o Concelho das Ilhas). Em sua substituição, o Governo criou um novo órgão administrativo, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), e que está subordinado à Secretaria da Administração e Justiça. As freguesias de Macau mantiveram-se como divisões regionais e simbólicas e ainda oficialmente aceite pelo novo Governo.

Em 20 de Setembro de 2004, Edmund Ho foi novamente nomeado como segundo Chefe do Executivo da RAEM.


O novo combate à criminalidade

Durante a administração portuguesa, a criminalidade não conseguía ser controlada e era um risco sério para o turismo, por isso, logo após a formação do novo Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), ele decidiu combater ferozmente contra o crime, principalmente os crimes organizados pelas Tríades. O novo Governo conseguiu atingir os seus objectivos no combate ao crime, com o número de crimes a baixar imenso, principalmente a criminalidade violenta que desceu 70% no ano 2000 e outros 45% no ano 2001. Macau tornou-se muito mais seguro e isto trouxe de novo confiança aos turistas.

Mas, em 2006, a criminalidade, principalmente a não-organizada, voltou a aumentar de novo, registando-se mais crimes contra a vida em sociedade, embora menos crimes violentos.









Protestos em 2007

Uma manifestação de protesto, decorrida no dia 20 de Dezembro de 2007.No dia 1 de Maio de 2007, ocorreu em Macau uma das maiores manifestações antigovernamentais desde a fundação da RAEM. Este tipo de manifestação popular, participada pela primeira vez por funcionários públicos, representa o cada vez maior impasse político entre o Governo, considerado por muitos como incompetente e corrupto (reflectido no caso Ao Man Long), e os excluídos do desenvolvimento emergente de Macau (que representa uma grande parte da população). Ocorreram actos de violência policial nesta manifestação porque os manifestantes tentaram forçar uma alteração do percurso previamente estabelecido pela polícia. Um polícia disparou inclusivamente tiros de pistola ao ar e, infelizmente, um desses tiros atingiu uma pessoa que não estava a participar na manifestação, causando uma grande polémica na sociedade de Macau .

A 20 de Dezembro de 2007, quando Macau celebrou os oito anos de aniversário do estabelecimento da RAEM, ocorreram mais protestos. Nestes últimos protestos, cerca de 1500 a 3500 pessoas saíram às ruas para lutarem por um sistema político mais democrático, exigindo ao Governo a implementação total do sufrágio universal directo nas eleições para a Assembleia Legislativa de Macau e para o Chefe do Executivo de Macau. Lutavam também por uma maior transparência do Governo, uma maior independência das receitas do jogo e a introdução de medidas para a diminuição do fosso entre ricos e pobres.











O novo e acelerado crescimento económico

Casino norte-americano "Sands", um dos maiores casinos de Macau e da Ásia. Abriu as portas após o fim do monopólio da STDM no sector do JogoEm 2001, deu-se o fim do monopólio da companhia de jogos e diversões de Stanley Ho (STDM) e o início da liberalização parcial do sector do Jogo, permitindo a entrada regulada de novos competidores, alguns deles norte-americanos, para este sector. Esta abertura causou, e continua a causar, um grande e acelerado crescimento económico para Macau, e contribuiu para a internacionalização do tecido empresarial e para a transformação de Macau numa economia mais aberta ao mundo e mais competitiva. Os sectores imobiliário e hoteleiro foram inundados também por investimentos estrangeiros, o que causou a expansão e a prosperidade destes.

O sector de turismo registou um grande desenvolvimento e o número de visitantes entrados em Macau tem vindo a aumentar substancialmente devido aos esforços do Governo e sobretudo também à política de concessão de vistos individuais de viagem para os residentes da China Continental ao abrigo do CEPA (Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Continente Chinês e Macau). Após esta diminuição gradual destas restrições de viagem por parte do Governo Central Popular de Pequim, os chineses já podem viajar livremente para outros países e regiões, principalmente para Macau e Hong-Kong.

Em 2005, as somas envolvidas no jogo de casinos em Macau equivaleram pela primeira vez as de Las Vegas (cada uma cerca de 5,6 mil milhões de dólares americanos), tornando Macau no principal centro mundial da indústria do jogo de casinos. O PIB de Macau, em 2006, é de 14,4 mil milhões de dólares americanos. O PIB per capita, no ano de 2006, era de 28853 dólares americanos.

Por um lado, este crescimento económico de grande escala experimentado mas nunca visto anteriormente em Macau, trouxe muitos benefícios para a região, mas por outro lado, ele arrastou também novos e grandes problemas sociais, entre os quais a subida vertiginosa e rápida dos preços dos imobiliários e a inflação galopante, que afectam muitos residentes de Macau. Um número significativo de residentes, principalmente aqueles que pertencem à classe trabalhadora, acham que a sua qualidade de vida diminuiu, devido à subida drástica dos preços dos imobiliários, da renda habitacional e dos produtos. Em geral, o aumento de salários não consegue acompanhar o aumento galopante da inflação.


Fonte - Extratos da enciclopédia livre.




Mapa do Território de Macau que inclui as ilhas da Taipa e de Coloane.
A história de Macau não se resume somente ao que o articula extraíu da enciclopédia livre, a sua história é mais vasta, e alguns trechos dessa interessante história, estão narrados neste blog, tal como a Guerra do Chaumin, Ferreira do Amaral entre outros. porém, longa para a descrever na totalidade neste parco blog.
A presença portuguesa em Macau se faz desde o ano de 1513, o território este sob o domónio dos portugueses durante 496 anos, e o articulista que aqui reside vai a caminho de meio século, faz igualmente parte da história de Macau.



Brasão da RAEM ( Região Administrativa Especial de Macau)







































sexta-feira, agosto 14

14 DE AGOSTO DE 1385 - BATALHA DE ALJUBARROTA









Em 1383, El-rei D. Fernando morreu sem um filho varão, que herdasse a coroa. A sua única filha era a infanta D. Beatriz, casada com o rei D. João de Castela. A burguesia mostrava-se insatisfeita com a regência da Rainha D. Leonor Teles e do seu favorito, o conde Andeiro e com a ordem da sucessão, uma vez que isso significaria anexação de Portugal por Castela. As pessoas alvoroçaram-se em Lisboa, o conde Andeiro foi morto e o povo pediu ao mestre de Avis, filho natural de D. Pedro I de Portugal, que ficasse por regedor e defensor do Reino.

O período de interregno que se seguiu ficou conhecido como crise de 1383-1385. Finalmente a 6 de Abril de 1385, D. João, mestre da Ordem de Avis, é aclamado rei pelas cortes reunidas em Coimbra, mas o rei de Castela não desistiu do direito à coroa de Portugal, que entendia advir-lhe do casamento. Em Junho, invade Portugal à frente da totalidade do seu exército e auxiliado por um contingente de cavalaria francesa.







A Batalha de Aljubarrota decorreu no final da tarde de 14 de Agosto de 1385 entre tropas portuguesas, comandadas por D. João I de Portugal e o seu condestável D. Nuno Álvares Pereira, e o exército castelhano de D. Juan I de Castela. A batalha deu-se no campo de São Jorge, nas imediações da vila de Aljubarrota, entre as localidades de Leiria e Alcobaça, no centro de Portugal. O resultado foi uma derrota definitiva dos castelhanos, o fim da crise de 1383-1385 e a consolidação de D. João I como rei de Portugal, o primeiro da dinastia de Avis. A aliança de Portugal com os seus aliados ingleses saiu reforçada e seria selada em 1386, no Tratado de Windsor, o mais antigo tratado activo no mundo. A paz com Castela só veio a estabelecer-se em 1411.




Com esta vitória, D. João I tornou-se no rei incontestado de Portugal, o primeiro da dinastia de Avis. Para celebrar a vitória e agradecer o auxílio divino que acreditava ter recebido, D. João I mandou erigir o Mosteiro de Santa Maria da Vitória e fundar a vila da Batalha.















Disposição da hoste portuguesa




Quando as notícias da invasão chegaram, João I encontrava-se em Tomar na companhia de D. Nuno Álvares Pereira, o condestável do reino, e do seu exército. A decisão tomada foi a de enfrentar os castelhanos antes que pudessem levantar novo cerco a Lisboa. Com os aliados ingleses, o exército português interceptou os invasores perto de Leiria. Dada a lentidão com que os castelhanos avançavam, D. Nuno Álvares Pereira teve tempo para escolher o terreno favorável para a batalha. A opção recaiu sobre uma pequena colina de topo plano rodeada por ribeiros, perto de Aljubarrota.






Contudo o exército Português não se apresentou ao Castelhano nesse sítio, inicialmente formou as suas linhas noutra vertente da colina, tendo depois, já em presença das hostes castelhanas mudado para o sítio predefinido, isto provocou bastante confusão nas tropas de Castela. Assim pelas dez horas da manhã do dia 14 de Agosto, o exército tomou a sua posição na vertente norte desta colina, de frente para a estrada por onde os castelhanos eram esperados. A disposição portuguesa era a seguinte: infantaria no centro da linha, uma vanguarda de besteiros com os 200 archeiros ingleses, 2 alas nos flancos, com mais besteiros, cavalaria e infantaria. Na retaguarda, aguardavam os reforços e a cavalaria comandados por D. João I de Portugal em pessoa. Desta posição altamente defensiva, os portugueses observaram a chegada do exército castelhano protegidos pela vertente da colina.









A lenda


Brites de Almeida teria nascido em Faro, em 1350, [1], de pais pobres e de condição humilde, donos de uma pequena taberna. A lenda conta que desde pequena, Brites se revelou uma mulher corpulenta, ossuda e feia, de nariz adunco, boca muito rasgada e cabelos crespos. Estaria então talhada para ser uma mulher destemida, valente e, de certo modo, desordeira.

Teria 6 dedos nas mãos [1], o que teria alegrado os pais, pois julgaram ter em casa uma futura mulher muito trabalhadora. Contudo, isso não teria sucedido, sendo que Brites teria amargurado a vida dos seus progenitores, que faleceriam precocemente. Aos 26 anos ela estaria já órfã, facto que se diz não a ter afligido muito.


Brasão da freguesia de Prazeres de Aljubarrota, com a pá de Brites no escudoVendeu os parcos haveres que possuía, resolvendo levar uma vida errante, negociando de feira em feira. Muitas são as aventuras que supostamente viveu, da morte de um pretendente no fio da sua própria espada, até à fuga para Espanha a bordo de um batel assaltado por piratas argelinos que a venderam como escrava a um senhor poderoso da Mauritânia.

Acabaria, entre uma lendária vida pouco virtuosa e confusa, por se fixar em Aljubarrota, onde se tornaria dona de uma padaria e tomaria um rumo mais honesto de vida, casando com um lavrador da zona. Encontrar-se-ia nesta vila quando se deu a batalha entre portugueses e castelhanos. Derrotados os castelhanos, sete deles fugiram do campo da batalha para se albergarem nas redondezas. Encontraram abrigo na casa de Brites, que estava vazia porque Brites teria saido para ajudar nas escaramuças que ocorriam.

Quando Brites voltou, tendo encontrado a porta fechada, logo desconfiou da presença de inimigos e entrou alvoroçada à procura de castelhanos. Teria encontrado os sete homens dentro do seu forno, escondidos. Intimando-os a sair e a renderem-se, e vendo que eles não respondiam pois fingiam dormir ou não entender, bateu-lhes com a sua pá, matando-os. Diz-se também que, depois do sucedido, Brites teria reunido um grupo de mulheres e constituido uma espécie de milícia que perseguia os inimigos, matando-os sem dó nem piedade.

Os historiadores possuem em linha de conta que Brites de Almeida se trata de uma lenda mas, assim mesmo, é inegável que a história desta padeira se tornou célebre e Brites foi transformada numa personagem lendária portuguesa, uma heroína celebrada pelo povo nas suas canções e histórias tradicionais.






MACAU GUERRA DO CHAUMIN - 123 - O SEU PORQUÊ

  • O articulista encontrava-se em Macau, trabalhava nessa altura na Agência Comercial Aldifera, sita na Avenida Almeida Ribeiro e teve conhecimento dos factos ocorridos na Ilha da Taipa, no dia 15 de Novembro, mas isso pouco o preocupou.
  • Porém as coisas foram piorando, e um dia, quando regressa a casa de sua namorada, de autocarro, carreira 4, foi avisado pela revisora que a partir dali não poderia mais usar os transportes públicos, ficou também a saber que tinha sido boicotado aos funcionários da administração portuguesa a venda de todos os materiais.
  • Já em casa de sua namorada que na altura residia na Estrada Coelho do Amaral, ouviu um enorme barulho e assumou-se à janela a ver o que se passava. Era um grupo enorme de pessoas, que vindas dos lados do Hospital de Kiang Vu, empunhando cartazes e gritando "abaixo os imperialista português" e outras frases contra os portugueses.
  • Para saber o que se passava, o articulista ligou a rádio e sintonizou a Rádio Vila verde, e foi através dela que ficou a saber dos acontecimentos, e ouviu o comunicado emitido pelo Quartel General, solicitando a todos os militares na disponibilidade para se apresentarem no Quartel General, porém o articulista, em casa de sua namorada ficou, só de lá saindo no dia 6 de Dezembro, quando as coisas se acalmaram.


  • Mas o porquê de tudo isto?

    Conforme relata o jornalista e escritor José Pedro Castanheira em seu livro "OS 58 DIAS QUE ABALARAM MACAU", o livro mais perfeito e informativo, em português, sobre os acontecimentos em Macau, no Capítulo 3 diz:

    CONFRONTOS NA ILHA DA TAIPA

    "15 de Novembro de 1966, na ilha vizinha da Taipa, Rui Andrade sai de casa manhã cedinho e dirige-se, como todos os dias, para a sede da Adminsitração das Ilhas, a autarquia responsável pelas ilhas da Taipa e Coloane.

  • Ao passar junto de um prédio velho e a ameçar ruína, repara que ele fora cercado por uma estrutura de andaimes de bambu, erguida por várias dezenas de operários e rapazes. Desconfiando, mal chega à sede do munícipio, chama o responsável da chamada Polícia Administrativa. "Pedi ao chefe Isidro para ir ver o que se passava". O polícia não se demorou muito. Quando se apresenta ao administrador, vem pálido e com os bofes de fora. "Chegou apavorado.

  • Fora insultado e apedrejado e só não lhe bateram por ser já velhote. Nem conseguira chegar à fala com eles".

Deveras intrigado, Rui Andrade envia ao local "três policias desarmados, que me disseram que eram guardas vermelhos que estavam a demolir aquilo para fazer uma escola".

  • Desconhecedor de qualquer projecto para aquele prédio, o administrador indaga junto do seu superior hierárquico. "Telefonei de imediato para o intendente Mário da Fonseca Ramos, que era o chefe da Repartição da Adminstração Civil, a cujo quadro eu pertencia. Disse-me que na Administração não havia processo nenhum".



Na Repartição da Administração Civil não havia processo algum relacionado com o prédio da Taipa. Pudera: ainda estava algures, mais ou menos perdido, na papelada da Repartição dos Serviços de Obras Públicas. O requerimento fora entregue, como haverá de assinalar o novo Governador, Nobre de Carvalho, "pelo menos desde Julho", mas aquela repartição, dirigida pelo engenheiro macaense João Tomás Siu, nada despachara. "O director das Obras Públicas metera o requerimento na gaveta!", acusa monsenhor Manuel Teixeira, o velho e respeitável sacerdote-historiador de Macau. "Os chineses tinham razão" na sua indignação e no seu protesto; para mais, "era a repartição que mais os tinha ferido e de que eles tinham mais queixas".


" Revoltados com com o silêncio arbitrário da administração e com a chocante desigualdade de critérios ( visto o governo ter autorizado a construção de uma escola nacionalista pró-Taiwan, ligado ao Kuomintang), e certamente que encorajados por tudo quanto se passava na China, os moradores da Taipa decideram levantar andaimes à volta do prédio, dispensado a necessária autorização oficial.
  • Ma Man Kei, um dos mais influentes empresários chineses, garante, em todo o caso, que "as Obras Públicas foram avisadas verbalmente que os trabalhos iam começar no sábado, feito por voluntários. O influente dirigente chinês é muito preciso: "As obras eram só para levantar andaimes para impedir que o edifício caísse, até vir a autorização escrita das Obras Públicas".
  • Diligente, assim que conforma a ilegalidade da obra, Rui Andrade ordena a sua suspensão. A ordem não é acatada. "Embarguei a obra, o documento foi afixado, mas logo arrancado", conta o administrador, que se vê complelido a pedir a intervenção da PSP para se fazer obedecer.
  • A seguir ao almoço, as obras são reatadas. O corpo policial volta ao local, mas desta feita é "alvejado com pedras, tijolos e garrafas lançadas pelos manifestantes", sem que consiga interromper os trabalhos. O caso começa a ser verdadeiramente sério. Vaz Antunes pede reforços ao Comando da PSP, que envia da cidade de Macau uma força de cerca de trinta homens.





  • À sede da Administração, chegam seis dirigentes da associação promotora da escola, convocados por Rui Andrade. "Mandei lá ir a PSP, para trazer os cabecilhas, para saber o que se passava.
  • Queria entrar em negociações com eles". A conversa decorreu no gabinete do administrador, que se fez acompanhar dos chefes da polícia administrativa e da PSP; o diálogo é em cantonense, idioma que Andrade domina. "Disseram que não vinham para negociar, mas sim para exigir a passagem imediata da licença. Mas eu já tinha embargado a obraao princípio da tarde, com autorização do Intendente. Eles já tinham tirado o telhado. Expliquei que não era eu quem dava a licença, eram as Obras Públicas, eu limitava-me a dar o visto. Não gostei da atitude dos comunista. Avisaram-me que, se não levantasse o embargo, a população revoltava-se contra mim. Exigiam, com toda a arrogância".
  • O diálogo dá lugar a uma discussão acesa que culmina com a detenção dos seis chineses, "por insubordinação e falta de respeito à autoridade", nos termos do relatório do encarregado do Governo. "Não tinha outro remédio senão mandar prendê-los", justifica Rui Andrade.
  • "Dei-lhes ordens de prisão dentro do meu gabinete. Foram levados pela PSP para Macau. Em seguida, comuniquei tudo ao Intendente, que concordou comigo". Um par de horas mais tarde, o mesmo Intendente telefona, "a dizer que o eng. João Tomás Siu ia deferir o processo. Tarde demais! Já eu dera ordem de prisão".

Extrados do Capítulo 3 do livro - Os 58 dias que abalaram Macau



O derrube da estátua Coronel Mesquita que se encontrava defronte das instalações do Leal Senado, que também foi saqueado, bem como os serviços notariais e outros.













A capa da revista sobre os acontecimentos, editada pelo jornal de língua chinesa, Ou Mun, uma edição trilengue, da qual o articulista tinha um exemplar.










No dia 29 de Janeiro de 1967, o Governador vai à sede da Associação Comercial de Macau e rubrica o pedido de desculpas, ficam desta forma apaziguados os incidentes do 1 2 3.
Mas foi uma forte humilhação para os portugueses, tendo colegas do articulista sido agredidos brutalmente, quando passavam junto do Clube Militar.
====================================================================
Quem desejar todos os promenores sobre os acontecimentos em Macau no ano 1966, aconselho vivamente que leiam o livro OS 58 DIAS QUE ABALARAM MACAU do escritor e jornalista José Pedro Castanheira, editado pelas Publicações Dom Quixote.