o mar do poeta

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domingo, outubro 14

MARIONETAS - MUNDO MARAVILHOSO





A arte da marioneta é uma das formas de representação de arte popular no mundo. As marionetas são as protagonistas através da manipulação do marionetista que, por sua vez, controla a vivacidade da expressão facial, a linguagem do corpo e das figuras ao actuarem cantando, dançando ou contando histórias. Mais, esta é uma arte perfomativa com uma longa história; a marioneta vai-se tornando cada vez mais impressionante através de várias formas e manipulações, o que  permite ao público desfrutar da representação conjunta de diversoas formas de arte.
 
Ung Vai Meng
Presidente do Instituto Cultural do Governo da RAEM de Macau
 
 
Desde sempre o homem sentiu a necessidade de criar, de se exprimir através de diversas formas artísticas que foi desenvolvendo desde tempos imemoriais até aos nossos dias. para isso, recorria aos utensílios mais simples nos primódios da sua existência e socorre-se  hoje dos meios mais sofisticados que a tecnologia coloca ao seu dispor na actualidade.
 
Maria Amélia António
Presidente da Casa de Portugal em Macau
 
 
O articulista hoje, em seu passeio cultural de fim de semana, após ter visitado a bela exposição de pinturas chinesas, no jardim Lou Lim Ieoc, ao passar pela Praça do Tap Seac, entrou  na Galeria do Tap Seac onde pode  apreciar a bela coleção de marionetas, parte delas da colecção pessoal de Elisa Vilaça.   
 
Neste Mundo Maravilhoso das Marionetas, podemos ver nesta bela exposição, organizada pela Casa de Portugal em Macau, pela colecionadora Elisa Vilaça e pelo Instituto  Cultural do Governo da RAEM de Macau, marionetas de vários países, tais como China, Macau, Sri Lanka, India, Indonésia, Myanmar, Tailândia, Vietname, Nepal, Turquia, Brasil, Inglaterra, Itália, República Checa, Portugal e alguns do continente africano. 
 
A seguir se apresentam algumas das marionetas que o articulista fotografou.


                                                               PORTUGAL

À esquerda, o INQUISIDOR, marioneta de fios, madeira pintada e vários tipos de tecido, ao centro VELHO PANTOMINEIRO, marioneta de manipulação directa, madeira e vários tipos de tecidos, à direita FILIPE II, marioneta de fios, madeira pintada e vários tipos de tecido.
 
 
                                                                   BRASIL
 
 
Anjo - Mamulengo, marionete de luva, tecidos de algodão e poliuretano
 
 
 
ZÉ FILÓ - Mamulengo, marioeta de luva, madeira (mulungul, tecido de algodão e lã
 
CHINA
 
 
À esquerda PALHAÇO, marionete de fios, feita em madeira, seda. tecido e fio de algodão. centro esquerda, PERSONALIDADE FEMININA, marionete de fios, feita em madeira, seda, tecido e fio de algodão. centro direita, PERSONALIDADE MASCULINA, marionete de fios, feita de madeira, seda, tecido e fio de algodão.  à direita, PERSONALIDADE MASCULINA, marioneta de fios, feita em madeira, seda, tecido e fio de algodão.
 
                                                             TAILÂNDIA
 
 
    MONGE COM TIGELA, marioneta de fios, feita de madeira e tecido de algodão
 
 
 
"HUNLAHONLEK",  GUARDA, marionete de vara, feita em madeira, pasta de papel e diversos tipos de tecido e galão dourado.
 
 
                                                                REPÚBLICA CHECA
 
 
 
   D. QUIXOTE, marioneta de fios, feita de madeira, cerâmica pintada e vários tipos de tecidos

                                                                     MACAU

 
Primeira fila cima à esquerda, PALHAÇO COM CABELO COLORIDO
Cima centro, ILUSIONISTA
Cima direita, DOMADOR
Centro esquerda, CAMPINO
Centro, meio, POLÍCIA
Centro direita, PEIXEIRA
Baixo, esquerda, TOURO
Baixo, direita, GATO
Todas estas marionetas são de luva e foram construídas com pasta de papel pintada e tecidos de algodão.

                                                         SRI LANKA

 
 KÔLAM, marinete de fios, construída em madeira pintada e vários tipos de tecidos.

                                                        MYANMAR

 
PRINCESA MINTHAMEE, marioneta de fios, construída em madeira e roupas de cetim.

                                                                 INDIA



 
CASAL, marionetas de fios. construídas em madeira pintada e seda bordada com lantejolas.
 
Pena foi não estarem patentes os Bonecos de Santo Aleixo, que o articulista conhece bem, mas aqui deixou uma pequena amostra da bela exposição de marionetas.
 
 
                                              Bonecos de Santo Aleixo
Estes títeres tradicionais do Alentejo parece terem tido a sua origem na aldeia que lhes deu nome. são títeres de varão, manipulados por cima, à semelhança das grandes marionetas do Sul da Itália e do Norte da Europa, mas diminutos - de vinte a quarenta centímetros. Na dinastia que ora estudamos e que vem dos meados do século XIX, foram "inventados" ou "reelaborados" os seus textos por um certo Nepomuceno - o velho Nepomuceno - guarda de herdades, segundo parece, natural de Santo Aleixo que, vendo-se numa rixa de que resultou a morte de um homem, se refugiou em São Romão, Vila Viçosa, perto da fronteira com Espanha, dedicando-se aí, para subsistir, ao ofício de "bonecreiro".
 
O estojo de bonecos e textos tradicionais, que eram somente transmitidos via oral, chegaram às mãos de Ti'Manel Jaleca através de sua mulher, que os recebeu directamente dos seus antepassados.
 
Manuel Jaleca, que manteve o espectáculo durante algumas décadas, conheceu entretanto António Talhinhas, camponês dotado de grande poder de improvisação e cantador, que veio a imprimir grande dinâmica à companhia, acabando por comprar todo o espólio, passando Jaleca a seu empregado.
 
Ao que parece não são - ou melhor, não foram - os únicos "Bonecos de Santo Aleixo" que percorreram a nossa província. Jám em 1798 o Padre Vicente Pedro da Rosa mandara apreender e queimar, defronte da sua casa uns títeres "a que chamavam de Santo Aleixo e em que figurava desonesta e vielmente um Padre Chanca" no dizer do Padre Joaquim da Rosa Espanca, in "Memórias de Vila Viçosa".

Estes, os Bonecos que hoje se apresentam, foram pertença da família Talhinhas durante cerca de três décadas e a partir de 1967 "dados a conhecer ao mundo do culto" por Michel Giacometti e Henrique Delgado.
 
Por volta dos anos de 1975 ou 1976 e ainda após uma tentativa por parte da Secretaria de Estado da Cultura para revivificar a sua apresentação, Talhinhas viu-se sozinho e impossibilitado de realizar o espectáculo.
 
Foi somente em 1978 que o projecto de conservação dos Bonecos se podê concretizar, Graças à intervenção da Assembleia Distrital de Évora, que adquiriu todo o material ao Mestre Talhinha.
 
O Centro Cultural de Évora ficou dipositário de todo o espólio, e a recolha do repertório iniciou-se em 1980 com os ensaios de "manipulação" e "elocução" dirigidos pelo Mestre, trabalho que que foi concluído durante o ano de 1994 com a recolha de todos os textos tradicionais que a excelente memória de Talhinhas conservou.
 
Os Bonecos de Santo Aleixo, propriedade do Centro Cultural de Évora, são manipulados por uma "família", contituída por actores profissionais, que garantem a permanência do espectáculo, assegurando a continuidade desta expressão artística alentejana.
 
Conhecidos e apreciados em todo o país, com frequentes deslocações aos locais onde tradicionalmente se realiza o espectáculo, os Bonecos de Santo Aleixo participaram também em muitos certames internacionais fora do país (Espanha, Bélgica, Holanda, Inglaterra, Grécia, França, Moçambique, Alemanha, Macau, China, Índia, Tailândia, Brasil, Rússia e México) e são anfitriões da Bienal Internacional de Marionetas de Évora - BIME que se realiza desde 1987.
 
Os Bonecos originais, assim como o restante espólio adquirido a Mestre Talhinhas estão expostos no Teatro Garcia Resende, enquanto esperam a criação do Museu dos Bonecos integrado na rede museológica da cidade.
 
As réplicas com que hoje trabalhamos foram fielmente reproduzidas com a preciosa colaboração de Joaquim Rolo, artesão na Aldeia da Glória e velho amigo da família Talhinhas.
A pesquisa foi assegurada por Alexandre Passos e acompanhado por Manuel da Costa Dias garantiu também a recolha do repertório na primeira fase. A partir da fixação da nova "família" dos bonecos, a conclusão da recolha foi assegurada pelos actores que a constituem.
 
O essencial dos meios utilizados é composto por um lugar de representação chamado retábulo, construído em madeira e tecidos floridos, e reproduzindo um palco tradicional em miniatura com pano de boca, cenários pintados em papelão e iluminação própria (candeia de azeite); os Bonecos são realizados em madeira e cortiça, medem entre 20 e 40 centímetros de altura e são vestidos com um guarda-roupa que permite, como no teatro natularista, identificar as personagens da fábula contada. A música (guitarra portuguesa) e as cantigas são executadas ao vivo. Os textos, transmitidos oralmente, resultam de uma fusão entre a cultura popural e uma escrita erudita. 
 
Fonte - Enciclopedia livre
 
 
 
 

4 comentários:

Catarina disse...

Aí está um “evento” a que nunca assisti. Bastante interessante.
Abraço

Prof.Ms. João Paulo de Oliveira disse...

Estimado amigo António Cambeta!
Certamente você passou horas agradabilíssimas ao apreciar este encantador acervo de marionetes!
Caloroso abraço! Saudações manipuladoras!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP

HERMES PERDIGÃO disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
HERMES PERDIGÃO disse...

Obrigado por compartilhar estas lindas obras, aprecio estas excelentes maravilhas criadas por diversos artistas.