o mar do poeta

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sábado, agosto 21

AQUEDUTO DA ÁGUA DE PRATA - ÉVORA



Como escreve o arqueólogo Jorge de Oliveira no prefácio da autoria de Francisco Bilou, (livenciado em história, Ramo Património Cultural, e Mestre em Arqueologia e Ambiente) onde é analisado exuativamente tudo quando respeita ao Aqueduto da Água da Prata "Está por fim resolvido um dos grandes enigmas da cidade de Évora.



Francisco Bilou fortemente alicerçado na documentação histórica calcorreou montes e vales e com os seus apurados sentidos identificou os testemunhos que desde André de Resende pareciam perdidos - os vestígios arqueológicos do Aqueduto da Évora Romana".




Uma coisa é certa, seja turista ou morador nenhum deles fica indiferente quando confrontado com a visão da arcaria do Aqueduto da Água de Prata, explanando todo o seu traço arquitectónico ao longo dos campos, até efectuar junção com a zona amuralhada e prosseguindo depois no seu interior até completar os 19 quilometros de extensão, compreendidos desde a captação, transporte e distribuição da água pelas inúmeras fontes e chafarizes então existentes na zona histórica.
E segundo o Professor Francisco Bilou anota no seu trabalho "o aqueduto continua a debitar um volume considerável de água", Em 2007 por exemplo, "a adução para os depósitos do Alto de S. Bento foi de 659.850 m3, valor que representou 15.8% do total do consumo da cidade".




Curioso é saber-se através da vastíssima documentação existente, em que diversos autores durante anos se referiram à existência de um outro aqueduto que precedeu o actual. Sobretudo porque (citamos) "talvez isto se deva ao facto de nunca terem posto em causa o saber e a autoridade de Mestre André de Resende; nesta e noutras matérias do conhecimento das "antiguidades". Mas acontece que o distinto epigrafista alemão Emil Hubner, na segunda metade do século XIX, sentenciou sobre aquilo que há muito fundamentava um dos melhores argumentos dos historiadores: - que algumas lápides consagravam a antiguidade de Évora e do "Aqueduto Sertoriano"surgidas devido ao labor arqueológico de Resende mas que não passavam afinal, de hábeis falsificações". Só que André de Resende tinha afinal razão e anteriormente existira mesmo outro aqueduto.








A monumental edificação a que hoje nos referimos foi efectuada entre 1531 (?) / 1537, sob a responsabilidade do arquitecto Francisco Arruda, mas sempre rodeada de algumas incertezas.
E assim o "Diário do Sul" na companhia do Dr. Bilou (que também é Técnico Superior da CME na área do Turismo) decidiu acompnahr nos respectivos locais as bases em que assenta a apelidada "Refundação do Aqueduto", e como foi possível a resolução de um dos grandes enigmas da cidade de Évora a que alude o Professor Jorge de Oliveira.






- Primeiramente gostariamos de saber qual foi o papel interventivo de Frei André de Resende, no que está relacionado com a cosntrução do Aqueduto.
"O nosso André de Resende chega a Évora no final de 1533 após um périplo por várias capitais europeias. E nessa altura já a obra do aqueduto decorre, sendo certo que a obra é apenas ainda uma estrutura hidrélica para transporte de água à cidade. Ainda não tem uma carga, digamos que simbólica para o discurso do poder. Ora o Frei André de Resende vem dar um contibuto não só para legitimar a obra (enquanto obra réguia) como dizer a todos que o Rei D. João III o que estava a fazer era no fundo refundar o aqueduto romano que outrora havia abastecido a cidade de Évora.
A acção de André de Resende era por isso dar garante à verdade, estribado nos atributos imperiais, e no do exercício do poder régio de D. João III.
- Segundo depreendemos também existiam dúvidas acerca da data exacta do começo das obras e qual monarca foi o impulsionador da edificação do Aqueduto?








"Essa é outra parte da história que estava por contar, que é o perceber a quem se deve na origem a decisão de construir o Aqueduto. E prova-se hoje por documentação que curiosamente esse mérito cabe inteiramente a D. João II e não a D. João III. É D. João II que toma a decisão (a primeira decisão) de avançar com o Aqueduto da Água da Prata.
Não vai ser possível nessa altura faze-lo talvez pelo falecimento do monarca pouco tempo depois. Certo é que D. Manuel anos depois doa a Água da Prata a um fidalgo da sua Corte. No final do seu reinado D. Manuel toma a decisão de avançar com a obra, mas também morre pouco depois, e será então o filho de D. Manuel, D. João III que estando em Évora entre 1531 e 1537 toma a iniciativa de lançar a obra. Mas atenção! Toma a decisão provavelmente em 31, eventualemnete em 32, mas as obras (e isto é um dado documental seguro) só começaram a 30 de Outubro de 1533, a uma segunda-feira.
Resumindo, está desvendado o enigma que envolve as questões antecedentes à construção do Aqueduto da Água da Prata, e os promenores da edificação do actual.
Uma nora a terminar: o mau estado do percurso pedonal entre S. Bento de Castris e a arcaria monumental à passagem da Estrada de Arraiolos. Capim e vários arbustos, ervas daninhas, e as sempre incomodáveis picadas nos pés e pernas por via das centenas de urtigas que se atravessam no caminho. Sugere-se a rápida intervenção de um bulldozer para devokver ao local um aspecto mais asseado.
Fonte - Jornal Diário do Sul - Évora











Aqueduto da Água de Prata






Aqueduto da Água de Prata



O Aqueduto da Água de Prata, em Évora, foi construído entre 1531 e 1537 pelo arquitecto Francisco de Arruda. A construção descrita em Os Lusíadas, o poema épico de Camões.



Canto III

63

"Eis a nobre cidade, certo assento

do rebelde Sertório antigamente.

Onde ora as águas sutidad de argento

vêm sustentar de longo a terra e a gente.

Pelos arcos reais, que, centro a centro.

Nos ares se alevatam nobremente.

Obedeceu por meio e ousadia

de Giraldo, que medos não temia.

Lusíadas - Luís de Camões


Originalmente levava a água até à Praça do Giraldo. Foi parcialmente reconstruído no século XVII, em consequência da Guerra da Restauração.


A partir da Rua Cândido dos Reis tem-se uma nova visão sobre os 9 km de aqueduto que subsistem.


Classificado como Monumento Nacional pelo IPPAR desde 1910.

O nome do aqueduto eborense é "Água da Prata" e não o costumeiramente referido "Água de Prata". Apesar de por vezes se remontar o dito nome do aqueduto à sua onerosa construção (terá custado muitas pratas), a verdadeira razão está ligada às águas cristalinas e puras da fonte da Prata onde inicia.

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