o mar do poeta

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domingo, novembro 29

SEMANA CULTURAL DO TAOÍSMO EM MACAU




Introdução











O Taoísmo se baseia no sistema politeísta e filosófico de crenças que assimilam os antigos elementos místicos e enigmáticos da religião popular chinesa, como: culto aos ancestrais, rituais de exorcismo, alquimia e magia. A origem da filosofia do Taoísmo é atribuída aos ensinamentos do mestre chinês Erh Li ou Lao Tsé (velho mestre), um contemporâneo de Confuncio, nos anos 550 a.C., segundo o Shih-chi (Relatos dos Historiadores). Apesar de não ser uma religião mundialmente popular, seus ensinos têm influenciado muitas seitas modernas.











Fundação do Taoísmo Como no Budismo, muitos fatos da vida de Lao Tsé são lendas.




Uma delas é a questão dele já haver nascido velho. Supostamente, ele nasceu no sul da China em volta do ano 604 a.C. Ele tinha uma importante posição no governo, como superintendente judicial dos arquivos imperiais em Loyang, capital do estado de Ch'u. Por desaprovar a tirania dos regentes de seu governo, Lao Tsé veio a crer e ensinar que os homens deveriam viver uma vida simples, sem honrarias ou conhecimento. Sendo assim, ele renunciou o seu cargo e foi para casa.




Para evitar a curiosidade de muitos, Lao Tsé comprou um boi e uma carroça, e partiu para a fronteira da província, deixando aquela sociedade corrompida para trás. Ao chegar lá, o policial, um de seus amigos, Yin-hsi, o reconheceu e não o deixou passar. Ele advertiu Lao Tsé que deveria escrever seus ensinamentos, e só assim poderia cruzar a fronteira na região do Tibete.








Tao 道(pronuncia-se tao, mas na grafia chinesa Pinyin escreve-se Dao) significa, traduzindo literalmente, o Caminho, mas é um conceito que só pode ser apreendido por intuição. O Tao não é só um caminho físico e espiritual; é identificado com o Absoluto que, por divisão, gerou os opostos/complementares Yin e Yang, a partir dos quais todas as «dez mil coisas» que existem no Universo foram criadas.
É um conceito muito antigo, adotado como princípio fundamental do taoísmo, doutrina fundada por Lao Zi.

O Tao é a espontaneidade natural



O conceito de Tao é algo que só pode ser apreendido por intuição. É algo muito simples, mas não pode ser explicado. É o que existe e o que inexiste. Só que nós temos demasiados conceitos dentro da cabeça para o entender como um todo uno.



O Tao é o Caminho da espontaneidade natural. É o que produz todas as coisas que existem. O Te 德 (a Virtude) é o modo de caminhar espontâneo que dá às coisas a sua perfeição.



O Tao não transcende o mundo; o Tao é a totalidade da espontaneidade ou «naturalidade» de todas as coisas. Cada coisa é simplesmente o que é e faz. Por isso, o Tao não faz nada; não precisa de o fazer para que tudo o que deve ser feito seja feito. Mas, ao mesmo tempo, tudo que cada coisa é e faz espontaneamente é o Tao. Por isso, o Tao «faz tudo ao fazer nada».



O Tao produz as coisas e é o Te que as sustenta. As coisas surgem espontaneamente e agem espontaneamente. Cada coisa tem o seu modo espontâneo e natural de ser. E todas as coisas são felizes desde que evoluam de acordo com a sua natureza. São as modificações nas suas naturezas que causam a dor e o sofrimento.





O modo de caminhar taoista



Se entendermos bem a natureza das coisas e conseguirmos esquecer tudo o que aprendemos que tenta ir contra ela, conseguimos fazer tudo o que é possível, com o mínimo esforço. Porque acabamos por deixar as coisas seguirem o seu curso natural. Não fazemos nada (claramente por nossa vontade própria) mas nada fica por fazer.



Na busca do conhecimento, todos os dias algo é adquirido,Na busca do Tao, todos os dias algo é deixado para trás.E cada vez menos é feitoaté se atingir a perfeita não-ação.Quando nada é feito, nada fica por fazer.Domina-se o mundo deixando as coisas seguirem o seu curso.E não interferindo.Tao Te Ching 道德經 (Cap.48) - O Livro do Caminho e da sua Virtude.



Devemos agir de acordo com a nossa vontade apenas dentro dos limites da nossa natureza e sem tentar fazer o que vai para além dela. Devemos usar o que é naturalmente útil e fazer o que espontaneamente podemos fazer sem interferir na nossa natureza. E não tentar fazer aquilo que não podemos fazer ou tentar saber aquilo que não podemos saber. A felicidade é essa "não-ação" perfeita (wu wei 無為 ).



Para conseguirmos entender o curso natural das coisas e seguirmos o Caminho temos que conseguir desaprender muitos conceitos. Para os podermos desaprender é preciso que antes os tenhamos aprendido. Mas temos que passar a um estado muito parecido com o estado inicial em que estávamos antes de o termos aprendido.



Se abrirmos os olhos de repente, há um brevíssimo momento durante o qual o nosso cérebro ainda não analisou o que está a ver. Ainda não distinguiu as cores e as formas nem descodificou o que se está a passar à nossa frente. Os taoistas procuram viver o mais perto possível desse estado. É uma renúncia à análise, sempre imperfeita, da realidade.



Trinta raios convergem para o meio de uma roda


Mas é o buraco em que vai entrar o eixo que a torna útil.


Molda-se o barro para fazer um vaso;


É o espaço dentro dele que o torna útil.


Fazem-se portas e janelas para um quarto;


São os buracos que o tornam útil.


Por isso, a vantagem do que está lá


Assenta exclusivamentena utilidade do que lá não está.




A semana cultural do Taoísmo se realiza em Macau, anualmente, nos dias 27 de Novembro a 6 de Dezembro. Este ano foi colocado um palco gigante, no largo do Leal Senado, tal como se pode ver nas fotos acima inseridas.







ALTAR NO LARGO DO LEAL SENADO






Muitos fiéis ali estiveram presentes, como se deslocaram a muitos templos existentes na cidade, prestando orações e pedindo graças.



Em Macau um dos templos Taoísta mais antigo e famoso é o Templo de Ah-Ma.


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