o mar do poeta

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terça-feira, maio 5

CHUNAMBEIRO - MACAU


A zona da Praia Grande, em Macau, onde o articulista reside.





O edifíco da Escola Ricci, podendo-se ver a casa do articulista, lado direito da foto.





Escola Ricci podendo-se ver nesta foto a casa do articulista, à esqueda.


A Escola Ricci ocupa um espaço que vai da Rua da Praia do Bom Parto, Praça de Lobo de Ávila, onde seride o articulista, Rua do Chunambeiro e ainda uma outra artéria nas traseiras.









Em 1625, Manuel Tavares Bocarro chegou a Macau, vindo de Goa, onde aprendera a arte com o pai, para reformular e dirigir a fundição. A fábrica ficou localizada numa zona designada por Chunambeiro, junto à Fortaleza do Bom Parto e no sopé da colina da Penha. O encontro das técnicas metalúrgicas ocidentais e orientais tornou famosa a oficina tendo produzido inúmeros canhões, sinos e estátuas.
Nas faldas da Guia construíam-se novas mansões em terrenos até então inexplorados.Os Senna Fernandes e os Nolasco. Estas famílias anteriormente habitantes do Chunambeiro, lá em baixo junto à Praia Grande, mudavam-se para cima deixando a Praia Grande aos ingleses e americanos. Silva Mendes e Vicente Jorge aderiam ao êxodo e construíam as suas casas também nas faldas da Guia. Depois de quatrocentos anos de vivência nas faldas do Monte e na Praia Grande, a Guia tornava-se o bairro novo dos ricos. Até mesmo Venceslau de Morais, capitão dos Portos fazia questão de reabitar nova casa nesses sítios (hoje chama-se, Calçada do Gaio).

Em Julho de 1623, D. Francisco de Mascarenhas tomava posse do governo de Macau e, segundo rezam testemunhos históricos, terá mandado instalar uma fundição de artilharia, próximo da Fortaleza do Bom Porto, no local ainda hoje conhecido por Chunambeiro.Esta fundição, especializada em peças de bronze e ferro, foi estabelecida por Pedro Dias Bocarro.
O seu apelido incluía-se, então, no leque das grandes dinastias de fundidores portugueses. Pedro Dias Bocarro, que deixara Goa, temporariamente, para dinamizar em Macau a arte da fundição, terá entregue, em 1625, os destinos da indústria ao filho Manuel Tavares Bocarro.Um dos primeiros canhões construídos na fundição do Chunambeiro foi uma peça de calibre 36 que, durante séculos, defendeu a Fortaleza do Monte.Este canhão ficou, mais tarde, conhecido pelo nome de “Peça do Mandarim”, já que consta que foi sentado nele que o mandarim de Macau Tso Tang tomou posse das suas funções.
O ritual passou, de resto, a ser seguido pelos seus sucessores.Nas instalações do Chunambeiro foram fundidas muitas peças de grande porte, algumas das quais com capacidade de disparar balas de pedra com 50 libras de peso, e todas designadas com os nomes de vários santos, que por muitos anos guardaram as fortalezas de Macau.Algumas das inúmeras peças que foram fundidas em Macau ainda hoje podem ser apreciadas em locais muito visitados à escala mundial. É o caso da Torre de Londres, onde figuram dois canhões que possuem gravadas as armas de Portugal e o brasão de armas de Macau, e do Museu de Woolwich, que tem na sua posse outros dois exemplares.





Zona do Chunambeiro antigamente, podendo-se ver a Escola Ricci






A zona do Chunambeiro actualmente e a Avenida da Praia Grande.
A designação Rua do Chunambeiro, situada a Sul da Praia Grande, tem origem na palavra "chunambo" - cal obtida a partir de conchas de mariscos utilizada outrora como material de construção. "Outrora, para vir da Barra à Praia Grande, era necessário atravessar a colina, pois a via marginal terminava no Chunambeiro".







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