o mar do poeta

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quinta-feira, abril 2

MEMÓRIAS DE FIDELIDADE



Ser-se sincero e honesto nos nossos dias é difícil, e só com muita coragem e determinaçao se consegue aguentar o barco, eu consegui, pois tinha muitos trunfos na manga para poder incriminar qualquer um!...

Macau era Assim!...

LÁ DIZIA UMA LÁPIDA QUE SE ENCONTRAVA NO HALL DOS SERVIÇOS DE MARINHA

A PÁTRIA HONRAI QUE
A PÁTRIA VOS COMTEMPLARÁ.






Quando cheguei a Macau no ano de 1964, encontrei uma cidade pequena, suja e com muitos bairros da lata. Como a companhia a que pertencia tinha o seu aquartelamento na Ilha Verde, por essa altura podia ver toda a Doca do Fai Chi Kei, que ia dar até defronte do Canidrómo, havendo ali uma muralha e uma guarida da PMF e por várias vezes até falei com o agente lá destacado, que anos mais tarde eu iria trabalhar com ele.





Havia alguns bairros na zona, o Bairro 28 de Maio, conhecido pelo Fai Chi Kei, {a entrada deste havia umas casas de alvenaria do Instituito Social, o resto eram só barracas de ambos os lados, o Patane e a Doca do Lamau. Toda a zona ribeirinha estavam repletas de barracas, construídas clandestinamente, depois muitas delas legalizadas. Tenho pena de não possuir as fotos para poder documentar melhor as minhas palavras.




No ano de 1967 ingressei na PMF, tendo exercido diversas missões, deste comandar vedetas, prestar serviço no Posto Fiscal (Alfandega) no Sector das Ilhas e no terminal Marítimo, além dos serviços de secretaria onde trabalhei, primeiro no frete Corrido, depois na Contabilidade dos Serviços de Marinha, a Fiel da PMF e da Marinha, sempre exercendo todas as missões com honestidade, mas mal querido pelos meus superiores.




O CRACHÁ DA POLÍCIA MARÍTIMA E FISCAL

Dezasseis anos depois de ter ingressado nos quadros da PMF fui promovido a Chefe, sendo então nomeado para exercer a Chefia do Sector 3, qua abrangia toda a área que ia da Ilha Verde até à Doca do Lamau, tinha agregado também o Posto das Portas do Cerco, porém este, os meus superiores acharam por bem retirá-lo do Sector 3 e passar a ser um Sector independente.



CARTÃO DE IDENTIFICAÇÃO DO SIGNATÁRIO
UMA DAS RUAS DO BAIRRO DO PATANE


NO ANTIGO BAIRRO DO FAI CHI KEI ERA ASSIM QUANDO CHEGUEI A MACAU

O Sector 3 era um dos piores Sectores e que dava mais trabalho, como eu sempre fui muito carismático, e não sabendo engraxar, para lá fui nomeado.

A Doca do Lamau era uma zona de construção naval, de juncos de pescas, no mar encontrava-se sempre imensos toros de madeira para a construção desses juncos e em terra havia zonas totalmente cobertas por esses toros.










UMA DAS ZONAS DO ACTUAL BAIRRO DO FAI CHI KEI.
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Hoje em dia as barracas foram totalmente erradicadas, dando lugar a novos Bairros o da Concordia é um dos mais recentes, porém a Doca do Fai Chi Kei que serve de abrigo às embarcações quando da passagem dos tufões, essas ficou reduzida a uma pequena aérea somente.

O Posto da PMF ficava paredes de meias com as inúmeras barracas que lá existiam, para além de ocupar um espaço diminuto não tinha condições para se trabalhar, mas enfim.

O Oficial de Marinha que exercia as funções de Imediato da PMF e o seu adjunto um Comissário, após eu ter tomado posse, foram fiscalizar o Sector e dando-me ordens para fazer um recenseamento de todas as barracas, fazer um apanhado e fiscalizar todos os estaleiros, tirando as suas dimensões e sabendo o nome de seus proprietários, bem assim me obrigaram a mandar retirar todos os toros de madeira que se encontravam no mar e os outros em terra, caso contrário seria punido.

Para se poder ter uma ideia das coisas, informo, que as barracas essas, segundo a lei, era da competência das Obras Públicas, os toros de madeira na água era da competência dos Serviços de Marinha bem como os estaleiros, pois eram eles que passavam as devidas licenças. A limpeza da zona competia ao Leal Senado, mas o Comando da PMF tinha uma ideia diferente e erámos nós os agentes da PMF obrigados a exercer essas funções.

Fiz um apanhado exaustivo dos estaleiros, medindo todo o espaço que ocupavam e tomando nota dos seus actuais proprietários.

Realizei o recenseamento de todas as barracas existente no sector, e obrigando os proprietários dos toros de madeira que se encontravam em terra a retira-los, o que deu origem uma polémica enorme na qual envolveu as Associações de construtores navais, proprietários dos toros e os Serviços de Marinha.

De tudo este trabalho realizado, com imenso custo, e durante o período de 3 meses, fiz uma informação detalhada e enterguei ao Comando, e bem assim uma cópia aos serviços de Marinha.

Relatava que a maioria dos estaleiros ocupavam espaços muitos superiores aos autorizados pelos Serviços de Marinha, muitos dos que exerciam este mister não eram os reais proprietários, pois tinha comprado os estaleiros sem disso darem conhecimento aos Serviços de Marinha.

As barracas essas a maioria delas eram ilegais e de dia para dia mais novas barracas eram construídas, clandestinamente, durante a noite, o pessoal da PMF teinha culpas no cartório, pois recebia dinheiro para não as mandar abaixo.

Depois de ter realizado todo este trabalho fui falar com o Imediato e o Comissário dizendo-lhe que agora me podiam punir como desejavam, porém deseja que fossem apuradas responsabilidades para quele estado de coisas.

Resultado, dali fui corrido por ter levando ondas e destacado para o Sector das Ilhas indo chefiar o Sector 5, cuja sede era em Coloane.

Nas Portas do Cerco, e Posto Fiscal que eram locais que os agentes até pagavam para ser para lá destacados, devido a poder gamar à vontade e poderem fazer a avontade aos seus superiores nesses locais só trabalhei, no fim da minha carreira no Posto Fiscal, tendo causando imenos estragos!...

Como se pode deduzir quando as pessoas tem o espírito de responsabilidade, relevam profissionalismo, mas tendo um carísma bem forte, são pessoas a abater, ou então são destacadas para pontos onde a moça que podia fazer fosse mais leve, assim aconteceu comigo, combater os carteiritas e açabarcadores de bilhetes, não dar tréguas aos contrabandistas, recolher e dar ajuda aos Vietnamitas, dar a cara pelos Serviços de Marinha foram muitas das minhas missões, ganhei muitas guerras, mas perdi muitas batalhas por as tropas aliadas se terem retratado.

Só no final da minha carreira, e como poderão ver, no artigo publicado neste blog, CAMBETA MARÍTIMO, fui reconhecido pelos meus superiors e pelo Governo de Macau, lá diz o ditado mais vale tarde que nunca.

Ser-se sincero e honesto nos nossos dias é difícil, e só com muita coragem e determinaçao se consegue aguentar o barco, eu consegui, pois tinha muitos trunfos na manga para poder incriminar qualquer um!...

Macau era Assim!...











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